Quando fui recolhida da rua, estava no meio do lixo da padaria e era um daqueles dias que chovia sem parar em São Paulo. Imagine só, que trauma! De tanto ficar molhada, minha temperatura do corpo abaixou muito, meu coração batia devagar e eu nem respirava direito. Gelada, imunda e faminta...
Por dias fiquei cercada de bolsas de água quente, o tempo todo, e na seringa o leitinho-levanta-defunto da Cris. Cheguei em casa com 230 gramas! Alguns dias depois, já estava andando, pulando, brincando e queria conhecer meus irmãos. Mas acho que o meu cheiro estava transmitindo uma imagem estranha de mim... rsrs
Os três veterinários que passei nos primeiros dias disseram pra não dar banho porque baixava muito a imunidade do organismo. Só que ninguém queria chegar perto de mim, e quando eu insistia me davam patadas.
Foi num dia de sol, com o chuveirinho do banheiro e água quentinha que tomei meu primeiro banho, depois de duas semanas que eu cheguei. Foi rápido e gostoso, com pouco shampoo para filhotes e sem lavar a cabeça. Toalha felpuda, carinho e sol para secar.
Cheiro de shampoo não é cheiro de gato, mas melhorou muito a reação dos meus irmãos. E este foi o começo de nossa amizade :)
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